terça-feira, 21 de junho de 2011

Ler e aceitar. Para isto, não há atalhos meus queridos.

Como é que se Esquece Alguém que se Ama? Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.

É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.

Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.

Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.

O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

:: Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

sábado, 18 de junho de 2011

The little girl is happy.

Roubada à Rita

Está-se a viver dias alegres, dias cheios de sorrisos, de coisas a descobrir, de música, sol e praia, de muitas piadas, de ficar, de abraços quentes.


Ao mesmo tempo, está-se com medo. Estarei pequenina (como diria alguém) por me sentir feliz?!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

As decisões e a vida

A vida faz-se caminhado e os caminhos escolhem-se. De um modo simplista, tudo se resume a uma sucessão de decisões. Das mais pequenas às mais assustadores, das mais corajosas às mais comodistas, das que são só nossas às que implicam terceiros. Chama-se a isto viver sem deixar que vivam por nós.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Women's issues

Como é que se continua a usar pulseiras (grandes) e se trabalha numa secretária ao computador o dia todo...? De certeza que já alguma mulher arranjou uma técnica para lidar com o desconforto e barulho causados por tal adereço.

Tirá-la não conta, a probabilidade de não a levar ao fim do dia é demasiado alta.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Coisas que podia ter sido eu a dizer mas alguém já disse por mim #1

(...) Não gostamos de frouxos. De coitadinhos. De ronhonhós.

Gostamos, poupem-me a expressão, de um homem com tomates. Que vai atrás do que quer, especialmente quando o que quer somos nós.
Não tem nada a ver com a dicotomia "ahhh vocês gostam é dos sacanas, depois queixam-se que choram baba e ranho". Não. Tem a ver com aquele homem com personalidade, que luta, que é convicto, que sabe tomar conta de nós, que se dá ao respeito, que é íntegro. (...)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Call me if you do.

'What the hell are we doing?' é a frase que mais me tem ocorrido nos últimos dias e à qual não sei responder.