sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sou a maior defensora de Portugal e dos Portugueses quando vou lá fora, mas nos dias de hoje gostava de ter nascido noutro sítio!

Sempre fui muito consciente da Economia no futuro e sempre me preocupei muito com o que aí vem. Mas, com as notícias a cair em catadupa sobre a desgraça anunciada que dá pelo nome de Portugal, começo a perguntar-me se daqui a 10 anos terei casa, dinheiro para comprar bifes de vaca ou salmão, se posso sonhar com uma viagem a Badajoz ou Vigo de vez em quando, se o orçamento poderá incluir uma ida à esteticista, se os miúdos poderão ir nas viagens de estudo da escola e coisas do género.
À partida comida básica teremos, sítio para viver também acredito que sim... Chamem-me pessimista ou não, todo aquele resto a que estamos habituados (viver numa boa localização, ter um carrinho, viajar uma vez por ano, comprar iogurtes Activia porque são os preferidos, pagar o ginásio and so on...) já não tenho tanta fé. Acho que a minha geração vai ter de aprender a viver com bem menos e os nossos pais vão ter de se habituar à ideia de que a nossa vida não será melhor que a deles, caso contrário serão como alguns que eu conheço que ajudam a pagar casa, comida, compram carro, pagam o colégio dos putos, compram o frigorífico quando o velho avaria, etc.

nota: não quis com isto dizer que, quando podem, os pais não devem ajudar os filhos.... devem sim e não conheço quem não agradeça! A questão passa por senhores de 60 e tal anos, que deviam estar a gozar a reforma, viverem angustiados porque os filhos não têm a vida de sonho que os anos 90 nos fizeram sonhar...
O erro foi termos em conjunto sonhado com vidas tão boas, tão estáveis...o erro foi todos os pais deste país terem pensando que bastava que os filhos subissem academicamente (licenciaturas, mestrados e afins) para terem acesso ao "sonho europeu". Pois bem, mas esquecemo-nos todos, que em simultâneo, o nosso país tinha de estar a ser preparado para essa massa especializada, tinha de ganhar produtividade e tinha de reduzir o endividamento. Mas não... das sociedades ricas só aprendemos as parte negras: dívidas, burocracia, jogadas políticas, entre outras que tais.

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